O Brasil assiste desde do dia 14 de Junho uma onda de protestos em várias partes do país.
Em Recife a greve foi de motoristas de ônibus, por melhores salários. Em São Paulo manifestantes foram às ruas contra o aumento nos preços das passagens do transporte coletivo. Em Brasília a a manifestação aconteceu por conta dos altos gastos e investimentos na construção de estádio para a Copa.
Estamos em um pais em que prevalece o estado democrático de direito, onde qualquer cidadão individual ou coletivamente tem a coberta da lei para se manifestar, para protestar, para criticar, para externar a sua insatisfação publicamente. Isto inclusive é uma conquista, especialmente depois que experimentamos mais de 20 anos de ditadura militar.
Os manifestantes são estudantes, trabalhadores, membros de partidos políticos ou fazem parte de movimentos sociais, que, usufruindo do direito que lhes assiste, realizam protestos chamados de "pacíficos". Durante cada manifestação a polícia é sempre destacada para estar presente e coibir excessos que possam ocorrer. E em muitas situações o confronto torna-se inevitável.
Com ânimos exaltados, via de regra, os manifestantes, consideram-se em condições de desrespeitar as instituições, as leis e os policiais presentes. No ímpeto de cumprir o seu dever, os militares utilizam-se da força para impedir exageros dos ativistas. Como são todos seres humanos, os nervos ficam à flor da pele, e fatalmente acontecem atritos que tem como saldo pessoas feridas, tanto entre os manifestantes como entre os policiais.
Não se pode admitir ações violentas da polícia, mas, também não se pode aceitar que manifestantes zombem das leis do país. Não podemos concordar com policiais que hajam com truculência, mas, também não podemos referendar que manifestantes se coloquem acima do bem e do mal e façam o que bem entenderem.
A liberdade de expressão, a democracia não dá direito a nenhum cidadão de praticar a anarquia. Quem não lembra por exemplo das manifestações anti-feliciano quando ativistas chegaram a subir em cima de birôs dentro do Congresso Nacional?
Os policiais, obviamente precisam cada dia serem mais treinados, reciclados, para se posicionarem da maneira correta, evitando ao máximo o uso da violência. Alguns sentem-se no dever de agir com rigor fora do comum.
Ativistas e manifestantes precisam tomar cuidado para não tornarem-se vilões. Não é porque estão defendendo uma causa, por mais justa que seja, que têm o direito de partir pra cima da polícia, como se eles fossem de brinquedo. Quando não conseguem reivindicar respeitando o estado democrático de direito, os participantes dos protestos deixam de ser vítimas, e em alguns casos podem ser tratados como criminosos. Da mesma os policiais quando perdem a serenidade e agem com violência desmedida, deixar de ser protetores da sociedade e igualmente atuam como criminosos.
O apelo que se faz é que, tantos manifestantes como policiais, que na vida cotidiana geralmente são pessoas pacatas e ordeiras, saibam com serenidade exercerem os seus papéis, lembrando-se daquele velho ditado da vovó: "o seu direito termina quando o do outro começa!".
Escrito por Francisco Evangelista - Blog do Francisco Evangelista.
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