sexta-feira, 14 de março de 2014

TRÁFICO INTERNACIONAL DE MULHERES - CONHECER E COMBATER

Pobreza, falta de acesso à educação, discriminação e ausência de oportunidades de emprego são fatores determinantes no atual e preocupante problema do tráfico de mulheres no mundo. O tráfico de seres humanos é um problema crescente que envolve exploração sexual e escravidão. Suas vítimas podem ser homens ou mulheres, pois a finalidade dada à estes humanos coisificados pelo tráfico pode ser tanto a exploração do trabalho de modo degradante ou escravo, ou á exploração sexual. Não há dúvidas que as mulheres são campeãs na preferencia dos traficantes. Talvez esta seja uma das atividades ilegais mais lucrativas e mais cruéis, sendo um violento e silencioso atentado aos direitos humanos. 

É complexo tentar saber quais motivos foram significantes para que cada uma das vítimas se tornassem vítimas, mas podemos visualizar de modo genérico uma série de condições favoráveis. As vítimas do tráfico internacional de mulheres são quase sempre mulheres jovens de origem pobre, de cultura demasiada machista, donde extraíram pouca ou nenhuma oportunidade de acesso a educação de qualidade, a uma profissão digna ou a liberdades individuais, não experimentando sequer a igualdade de gêneros. Moças que veem no futuro a pálida certeza de que foram criadas apenas para se casarem e cuidar da casa e dos filhos, mas que possuem ambição e vontade de viver uma vida diferente. São atraídas por promessas de emprego, de educação - sonham em frequentar uma universidade talvez - mas acabam sendo enredadas para uma armadilha cruel. De repente se veem obrigadas a prestar serviços de natureza sexual para homens que se divertem com uma relação inter-racial sem nem se importar com a crueldade que estão participando. 

É certo que nem todas vão enganadas quanto a natureza do serviço que irão prestar. Mas todas se enganam quanto a condição que irão enfrentar. Nem todas vão em busca de dignidade, profissionalização ou emprego. Muitas vão em busca de luxo, riqueza e até mesmo fama, mas não é o que encontram. Encontram humilhação, violência e grande exposição a doenças sexualmente transmissíveis.  A exploração sexual dessas mulheres ocorre em condições desumanas, cruéis. Longe das famílias não tem a quem recorrer. São vítimas da xenofobia em lugares em que estrangeiros são tratados como lixo, ainda mais na condição de prostitutas. 

A mais acessível e urgente medida que pode ser tomada contra essa mazela é a educação. Digo a mais acessível, pois não deve ser a única. O tráfico de mulheres só acontece porque na maioria dos países de onde tais mulheres se originam não lhes são concedidos direitos e dignidade. Direitos que se resumem nas mais simples e básicas prestações como educação, profissionalização e promoção da igualdade de gêneros e uma cultura de respeitos aos direitos da mulher, sobretudo pela não violência. 
Como a segunda medida apresentada só virá de modo gradual, a primeira deve ser defendida e aplicada. Educação sim, sobretudo para mulheres que vivem em regiões de fronteiras internacionais.  Educação no sentido de mostrar a crueldade com a qual se submetem as mulheres que dão crédito a estas promessas mentirosas. 
Só isso, porém não basta. É preciso um enfrentamento dinâmico das polícia federais em condição de cooperação para identificar e prender traficantes de seres humanos, submetendo-os à merecida pena. Em certa medida isto já tem sido feito. 


Reportagem da TV Bandeirantes mostra detalhes da investigação da Polícia Federal brasileira que combateu uma quadrilha que aliciava garotas para se prostituirem em Angola. O grande personagem dessa quadrilha, o ex general angolano Bento Kangamba pagava caro para que garotas brasileiras fizessem sexo com ele sem preservativo, expondo-as a doenças sexualmente transmissíveis. 



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