sábado, 5 de abril de 2014

POLÍCIA QUE SOBE O MORRO OU A POLÍCIA DO MORRO?





A polícia que sobe o morro é a polícia do passado. É a polícia do estado ausente que deixa para resolver os problemas só quando não é  mais possível sustentar sua imagem de estado eficiente. A polícia que só sobe o morre é a polícia que não garante o bem estar da sociedade, ou o bem estar dos seus próprios membros. A polícia que sobe o morro precisa mudar sua postura. 

Essa polícia é esforçada, mas só consegue "enxugar o gelo". Policiais são honrados, valiosos, corajosos, mas nada adianta tanto valor se quem tem nas mãos o poder de criar políticas públicas de segurança mais eficientes não fizer o que é devido. Policiais perdem suas vidas em confrontos. Inocentes perdem a vida nessa guerra. A imagem da polícia se desgasta. A pior e mais cruel falta de investimento estatal é a falta de investimento em condições para manter a polícia perto da comunidade, mas não apenas mante-la perto, mas mante-la forte, valorizada, equipada, estruturada. 

A cidadania nas comunidades não será possível se a polícia não parar de subir o morro. Alguém irá dizer: Como a policia não deve subir o morro, como os cidadão poderão ter segurança? Simples. A polícia que sobe o morro deve ser substituída pela polícia que está no morro. A polícia que está no morro é aquela que não precisa tomar o território, pois o território já está sob seu controle. A polícia que está no morro é aquela que conhece os moradores, e os moradores a conhecem. 

Neste sentido sabemos que não será possível ver um dia que não existem polícias que sobem o morro sem que a polícia suba o morro agora. Já que não foi feito antes. As UPP's são um exemplo. Subam agora, ocupem, mas façam da vossa presença algo permanente. Até que se possa pacificar por completo, a polícia precisa continuar subindo o morro. Ou será que há outra solução?


A presença da polícia não deve se resumir ao combate ao tráfico ou a repressão dos delitos. A polícia deve estar apta para ser escudo, apoio para a população em todas as suas necessidades. 

Não estamos dizendo que  tudo o que foi feito até agora não valeu. Ou que foi em vão as tantas mortes de policiais nas incursões em favelas. Estamos defendendo aqui que a existência de comunidades, dentro da áreas urbanas, que não possuem um policiamento efetivo é sinal do fracasso do Brasil em termos de políticas públicas e proteção dos direitos humanos. Isto porque, sem querer usar de qualquer argumento 'esquerdista' (até porque não os acompanho), um país em que as áreas nobres (condomínios e bairros luxuoso) são policiados dia e noite enquanto as favelas são dominadas por traficantes só recebendo a visita da polícia em ocasiões de confronto que quase sempre acabam com a morte prematura de alguém, não pode ser levado a sério. Não é bom para os moradores e não é bom para a polícia. 
Mas sabemos que os problemas relacionados a segurança pública do Brasil não podem ser resolvidos do dia para a noite. Mas vemos que apesar das dificuldades a pacificação de comunidades no Rio tem trazido soluções importantes.  

A seguir, apresento um vídeo sobre as UPP's. Por ser institucional o filme não mostra a realidade dolorosa das resistência oferecidas contra o programa, mas sabemos que apesar das dificuldades, essa é a melhor opção. 













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