Deficiência estrutural das Polícias e ONDA DE CRIMINALIDADE - BRASIL APAVORADO

As edições dos telejornais locais brasileiros já são previsíveis. O número de assaltos reportados é incrível. A mão armada, com vítima de agressão, latrocínio, em dupla ou em grupo. O modus operandi dos bandidos pode ser decorado facilmente por quem acompanha as notícias. O que preocupa é que, quase sempre, a reportagem termina sem nos fazer "deliciar" com as imagens dos envolvidos sendo presos. Ocorre que, na maioria das vezes, a polícia chega após o assalto, registra o boletim de ocorrência sem ter ideia de como irá capturar os assaltantes. O uso de motocicletas é muito comum e dificulta a captura. Infelizmente no Brasil, hoje, o crime de assalto é um investimento atrativo para a bandidagem, pois sabe-se da facilidade de se ficar impune. As Polícias Militares brasileiras tem focado suas atuações na prevenção destes crimes com medidas tais como as chamadas bases comunitárias móveis, rede de comerciantes protegidos e o policiamento a pé. Tais medidas são eficazes e conseguem diminuir os índices de assalto, isto é, quando não são estorvadas pelo monstro da deficiência estrutural que atinge grande parte das unidades policiais do país. Alias não há planejamento estratégico que funcione em estruturas precárias. Podemos entender que prevenir a ocorrências dos crimes é mais desejável e fácil do que empreender buscas para prender os criminosos. A modernização das instituições policiais se baseia neste princípio que quer garantir que as oportunidades de cometimento de crimes não existam e assim proteger a população da insegurança pública.

As ondas de assalto estão assustando o Brasil, tal como o aumento da criminalidade em geral. Recentemente, vítimas de assaltos e outros crimes no estado do Ceará organizaram o movimento "Fortaleza Apavorada", denunciando a onde de insegurança de uma das regiões metropolitanas mais violentas do país.
De fato os números assustam e deixam a questão: O que esta acontecendo com a segurança no Brasil? Como um país com índices tão acentuados de violência pode ficar tão inerte quanto a necessidade da criação e da aplicação de políticas públicas de combate à violência?

O estado atual, parece-me demonstrar uma certa impotência das polícias ostensivas, não porque os mecanismos ideais não exitem mas porque deixam de ser executados eficazmente por não haver recursos e investimentos o suficiente para tirar as boas idéias do papel. O que se verifica é a insuficiência de efetivo e viaturas, em vários lugares, o que faz das áreas, tuteladas por estas unidades enfraquecidas, regiões atrativas para criminosos interessados em subtrair e delinquir de diversas formas.

Será que o estado esta realmente preocupado em frear a criminalidade? E se está preocupado, será que esta usando os meios certos?

Uma coisa é certa: As verdadeiras prioridades, no que diz respeito aos investimento públicos, não estão sendo tratadas como prioridades. O que vemos é  investimentos em eventos e obras de "estética urbana" quando deveríamos estar assistindo investimentos no socorro à saúde pública - que também está em crise - e na segurança que a muito tempo vem perdendo as forças.

É bom ressaltar que os principais atingidos pela inércia dos nossos governantes somo nós, a população que carece desses serviços básicos, e os servidores destas áreas que, quase sempre trabalham sem boas condições e são tratados pela comunidade como vilões por não conseguirem atender como deveriam.

Denúncias sobre a insegurança no Ceará. (Anonymous)

Campanha Fortaleza apavorada.