A música é uma manifestação artística e
cultural de um povo, em determinada época ou região. A música é um veículo
usado para expressar os sentimentos.
A frase acima expressa o significado e a razão
de ser da música. Impossível nos é determinar o surgimento da música na
humanidade. Facilitamos, apenas, ao dizer que ela sempre esteve conosco. O ato
de compor músicas é o meio de exposição de experiências, noções, ideias, visão
de mundo...
A
musica sempre tem algo a dizer. A mais simplória letra é capaz de revelar algo
sobre o indivíduo que a compõe. Canções de amor, angustia, ódio ou esperança
são comuns em nossa sociedade. Nesta postagem vamos abordar o tema da musica
como instrumento de conhecimento da realidade social no policiamento comunitário.
O tema é importante, pois se a polícia pretende
agir em parceria com a comunidade, precisa transpor os obstáculos que fomentam
a distância entre cidadão e polícia. Com base nisso, entendo que a música pode
ser um instrumento eficaz em dois níveis: Primeiro como meio de conhecimento,
ou seja, as expressões musicais advindas da comunidade sempre irão transparecer
o ideal e a visão que os indivíduos daquela sociedade possuem, revelando o modo
de pensar em relação ao mundo, à polícia, ao crime e etc. Em segundo nível,
figuraria a música como meio de aproximação, como veremos nos exemplos dos
vídeos.
Comunidades dominadas por facções criminosas,
naturalmente, convivem com a produção de músicas que fazem apologia ao domínio
criminoso. Funks, reps, Hip-hop’s, estão dentre os ritmos mais utilizados neste
viés. “Nos mete bala e nunca corre, joga bomba e não se esconde..” (MC Smith).
Revelação de mentes obstinadas, dispostas a enfrentar qualquer guerra para
manter o domínio do tráfico.
Na mesma música, o MC relata a reação dos
traficantes quando na ocorrência de uma operação feita pela Polícia Militar do
Rio de Janeiro. Despreocupações, ausência de medo, desdenham do material bélico
e do emprego repressivo estatal.
Musicas como o rep das armas, demonstram a
satisfação e orgulho dos criminosos quanto a variedade de armas que possuem e
as empregam na proteção do morro e na vingança contra os inimigos. São as músicas
chamadas de Funk “proibidão”.
Por outro lado, existem músicas sem o intuito
de apologia criminal e que manifestam de forma bem ampla a sensação dos
moradores das periferias. Tais como: “Eu só quero é ser feliz, andar tranquilamente na
favela onde eu nasci e poder me orgulhar e ter a consciência que o pobre tem
seu lugar.”
A polícia esta aprendendo aos poucos a se aproximar
da comunidade. Para quebrar obstáculos, paradigmas, nada como estratégias que
envolvam a música (instrumento universal de confraternização e aproximação).
Selecionei alguns vídeos que mostram algumas estratégias que estão dando certo.
A conclusão do tema eu deixo a cargo das
músicas nos vídeos aqui publicados.
Rep das armas: Ostentação do poder bélico criminoso.
PM do triangulo mineiro faz serenata na fachada da casa de família de militares. Uma maneira de demonstrar que dentro da farda há seres humanos.
PMMG leva sua banda para rodoviária. Este vídeo me emocionou (Sem mais comentários). rs.
Graduando em Direito pela UNI-BH.
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