domingo, 13 de setembro de 2015

VÍDEO - LUIZ EDUARDO SOARES EXPLICA A PEC 51

A proposta de emenda à Constituição (PEC51) é tratada como polêmica no meio policial. Temores como a exclusão de direitos trabalhistas e até sobre a autoridade das polícias estaduais servem como motivo para que muitos condenem sumariamente a proposta. Nesse vídeo, o sociólogo Luiz Eduardo Soares, colaborador do projeto, explica pormenorizadamente as razão da medida. Assista a entrevista e logo após de a sua opinião. 








Um comentário:

  1. Sinceramente, o que esse entrevistador quis dizer com "eles pertencem a mesma classe", o policial e o bandido? Ele está sociologizando a questão, com uma sociologia suspeita, diga-se de passagem, como se classe social conduzisse um padrão de comportamento. Isto é um grande equívoco. Ninguém é criminoso porque pertence a uma classe específica. É o tipo de mentalidade que se diz 'avançada', se diz 'progressista', mas na verdade expressa um grande preconceito contra o pobre achando que por ser um pobre ele terá maior probabilidade de ser um criminoso.
    "Terrenos vazios para a comunidade"... Será que o antropólogo conhece nossas cidades? Existem vários terrenos, mas que são sistematicamente destruídos pelos supostos usuários. E por quê? Impunidade. Eu dou aula para jovens e o desrespeito é crônico por frouxidão dos pais que é reverberada pelas instituições (escolas) e agora, o risco é de se expandir para as leis tornando a instituição policial inoperante. Não estou falando de "baixar a porrada", não! Nem os pais, responsáveis em geral ou força policial, mas a falta de repressão, psicologicamente orientada leva uma mensagem de fraqueza. Quem tem filhos sabe que há momentos em que tem que ser mais incisivo, com as palavras, comportamento etc.
    Outra coisa, este entrevistador me parece desonesto, desde quando a polícia de SP recebeu "ordens para prender quem portava vinagre"? Que eu saiba o vinagre foi confundido com álcool ou material para fazer coquetéis molotov. Ele não sabe de nada... A polícia de SP tem sido uma das melhores aparelhadas do país, tanto que o índice de homicídios caiu no estado e a capital do estado figura no Atlas da Violência como a menos violenta do país. Claro que isto é em termos proporcionais a sua população, óbvio.
    A questão de um policial colocar água no spray de pimenta porque "concordava com as manifestações" (as de 2013, que tiveram a ação dos black blocs) mostra que ele não entende como deve funcionar, o indivíduo tem que agir de acordo com a organização. Imagine agora se cada policial tirar suas próprias conclusões e agir como quiser? Claro que ele não deve (e nem pode) acatar uma ordem sem base legal. A lei o ampara neste sentido. Agora se ele tem que dissipar uma manifestação que traz riscos, à própria população manifestante em primeiro lugar, depois a outros e depois ao patrimônio imagine se ele resolver participar dela porque "discorda do governo". Assim, não há polícia.
    Polícia não é só para reprimir, mas em determinado momento de desordem e ameça à vida alheia, como ela deveria agir? Conversando, buscando uma mesinha no bar e sugerindo um debate com o vândalo? Olha, eu sou professor de geografia, vim desse antro aí das humanidades, mas é impressionante como esta classe média ilustrada que vive em bairros com boa infra-estrutura, protegidos por meios legais e longe da áreas de maior risco idealiza a criminalidade. É impressionante.
    E no fim das contas tudo parece acabar com a questão das drogas, parece que é onde eles chegam (estou escrevendo enquanto eles falam...). Olha, mesmo que sejam todas liberadas, isto por si só não acabará com a violência, assim como mantendo sua proibição. A questão é a concorrência sem regulamentação. Formam-se quadrilhas que tentam impor sua preferência e controle de mercado. É como se fosse um estágio pré-capitalista, de mercadores e piratas sem proteção estatal. Portanto, só liberar sem regulamentar e garantir segurança não elimina a violência.
    Continuo depois (30 min de audição).

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